Trilhas turísticas serão integradas | ASN Rio de Janeiro


As trilhas turísticas brasileiras serão integradas e terão sua sinalização padronizada a partir de um plano estruturado pelo ministérios do Meio Ambiente e do Turismo junto com estados e municípios. O diretor de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, Pedro da Cunha e Menezes, destacou entre as ações planejadas a implantação, em até 18 meses, de um Caminho do Mico-Leão-Dourado, que vai se articular com a Trilha TransCaboFrio, Rio das Ostras e o Caminho da Serra do Mar. O objetivo é gerar emprego e renda por meio de pousadas, aluguel de bicicletas e diversos outros negócios. O anúncio foi feito na última quarta-feira, durante o Seminário Regional de Ecoturismo, realizado pelo Sebrae Rio, no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, em Silva Jardim, na Região dos Lagos.

Cerca de 180 pessoas, entre gestores públicos e empreendedores do turismo, participaram do encontro regional promovido em parceria com os municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu, no qual debatidas tendências, inovações e políticas públicas para o setor. Segundo a coordenadora do Sebrae Rio na Região dos Lagos, Ana Cláudia Melo, o objetivo era provocar gestores públicos e privados para fortalecer o ecoturismo na região, onde vem se trabalhando na formatação de roteiros e capacitação de empreendedores.

O evento também trouxe casos de sucesso, como o de Trajano de Moraes, na Região Serrana do Rio. De acordo com Tiago Peckly, secretário de Turismo do município, 135 pequenos negócios do setor turístico foram abertos e o número de empresas cadastradas no Ministério do Turismo subiu de 14 para 60 nos últimos dois anos.

Isso foi fruto da parceria com o Sebrae, por onde conhecemos a Rede Brasileira de Trilhas e tivemos acesso a uma consultoria para mapear caminhos e negócios, como alimentação e hospedagem, afirmou Tiago.

Inspiração vem de Bonito

Os participantes do seminário puderam se inspirar nas histórias e informações vindas de Bonito, no Mato Grosso do Sul, onde 56% dos empregos gerados vêm do turismo. No ano passado, a cidade recebeu 333 mil visitantes, cujo perfil de consumo foi mapeado por meio do voucher único. Telcio Barboza, gestor do Polo Sebrae de Ecoturismo na cidade, falou sobre como esta ferramenta, nascida da iniciativa de empresários e especialistas na década de 1990, auxilia no gerenciamento do turismo para que ele seja sustentável.

Um dos empreendedores do destino, Bruno Miranda, proprietário do Parque Ecológico Rio Formoso, também esteve no encontro para falar de sua história:

Depois que meu avô morreu, deixei minha vida no Rio para ajudar minha avó a cuidar de uma fazenda em Bonito onde ela abriu um hotel com passeio turístico, mas tinha uma dívida grande. Eu era do mercado financeiro, não conhecia nada da de turismo, mas fui em frente com apoio do Sebrae, conhecendo boas práticas de ecoturismo no Brasil e até no exterior, obtendo certificações de segurança. Hoje me sinto realizado.

Inteligência artificial e capacitação

Para atender bem e movimentar ainda mais o mercado de ecoturismo, há muita inovação sendo trabalhada tanto por empreendedores quanto pelo setor público. Lucas Lins, supervisor de Inovação da Embratur, apresentou, por exemplo, o Chico, inteligência artificial que está sendo utilizada pela Fundação de Turismo do Pantanal. “A digitalização é cada vez mais fundamental para as micro e pequenas empresas de turismo”, destacou ele.

Cinco unidades de conservação do Estado do Rio também devem ser contempladas em breve com um projeto do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que prevê a criação de novos roteiros turísticos e capacitação de empreendedores. “Uma de nossas metas é cadastrar e certificar pelo Inea 105 empreendedores com negócios de turismo de aventura”, espera Marina Moss, do Inea.



Fonte: Sebrae

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