Na receita da europeia OpenHealth, uma aquisição para crescer no Brasil

Na receita da europeia OpenHealth, uma aquisição para crescer no Brasil


Uma healthtech europeia está ganhando espaço no mercado brasileiro. Trata-se da alemã OpenHealth Technologies, que fornece um software de gestão para clínicas, laboratórios e empresas de saúde. Na terça-feira, 21 de maio, a companhia realizou sua primeira aquisição no Brasil.

O M&A envolveu uma operação com pagamento em dinheiro e troca de ações com a Bludworks, outra desenvolvedora de softwares para o setor de saúde. O trunfo do negócio fundado em Brasília em 2019 por Eduardo Raggi é uma parceria com o Grupo Sabin, que no ano passado faturou mais de R$ 1,4 bilhão.

“Além de ter um cliente que vai acelerar nosso crescimento no Brasil, também conseguimos tirar um competidor do mercado com a aquisição”, diz Gerrit Glass, fundador e CEO da OpenHealth Technologies, em entrevista ao NeoFeed. “Outro ponto que nos atraiu foi o time de fundadores, que vai permanecer no negócio.”

Glass conhece bem o mercado brasileiro. Antes de empreender com saúde, ele ajudou duas empresas a desembarcar no País. A primeira foi o banco digital alemão N26 (que operou por aqui até o fim do ano passado). A segunda foi a fintech Nomad, criada por Patrick Sigrist, um dos fundadores do iFood.

Em seu modelo de negócio, a OpenHealth oferece um software que permite que os clientes dessas clínicas e laboratórios possam acessar os resultados dos exames laboratoriais em uma única plataforma. Outro diferencial é o uso de inteligência artificial para obter dados da empresa que podem ser utilizados para a elaboração de novas estratégias.

A competição da companhia se dá com empresas desenvolvedoras de softwares de gestão e outras healthtechs que tentam explorar essa dor do mercado. Entre elas está a iClinic, comprada pela Afya em 2020.

Glass não revela dados financeiros de seu novo negócio, mas diz que já tem um investimento captado com as gestoras europeias YZR, Calm/Storm Ventures, ETH Zurich e Octopus Ventures. O NeoFeed apurou que essa captação envolve R$ 5 milhões. Mas a OpenHealth não confirma a informação. A healthtech está em negociações para uma nova tranche e ampliar o valor da rodada.

A aquisição é importante para que a healthtech aumente sua presença no mercado brasileiro. O país representa o maior mercado da companhia fora da Europa. Além de Alemanha e Brasil, a companha opera também na Suíça e nos Estados Unidos.

“O volume no Brasil já é maior do que na Europa, mas a receita ainda é menor”, diz Glass. Segundo o empreendedor, é possível cobrar até quatro vezes mais caro no Velho Continente.

Além de absorver o Grupo Sabin, a OpenHealth tem como outro grande cliente no Brasil a Isa Lab, healthtech de exames e vacinas a domicílio e que é investida por gestoras como FIR Capital e Vox Capital, além do Kortex, fundo de corporate venture capital de Sabin, Fleury e Bradesco Saúde.

Há planos para expandir a operação para outros países da América Latina. Glass revela que já foram feitas conversas iniciais com empresas do Uruguai e do Chile, mas o foco ainda está no Brasil. “Antes de expandirmos, precisamos provar que o modelo vai funcionar no exterior”, diz ele.





Fonte: Agência Brasil

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