BofA é conservador com Petz e Cobasi e explica os riscos da fusão

BofA é conservador com Petz e Cobasi e explica os riscos da fusão


Um mês depois de anunciarem a fusão de suas operações, Petz e Cobasi ainda aguardam a aprovação e os eventuais restrições para a liberação da transação no âmbito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Enquanto aguarda o ponto final desse processo, que criaria uma gigante do mercado de pets avaliada em quase R$ 7 bilhões, já há quem esteja projetando os desdobramentos dessa união de forças. É o caso do Bank of America (BofA).

O banco aumentou o preço-alvo da ação da Petz, de R$ 4,45 para R$ 4,80, ao enxergar, entre outros elementos, “justificativas convincentes” para a fusão. O BofA reiterou, porém, a recomendação neutra para o papel, ressaltando algumas questões à frente da operação.

“Estamos incorporando um crescimento de vendas mais lento em nossas projeções independentes para a Petz e assumimos um preço sobre lucro (P/E) mais conservador, de 14 vezes para 2025 (versus 16 vezes anteriormente), dados os riscos competitivos e de implementação”, escreveram os analistas.

Para chegar ao novo preço-alvo, o BofA levou em consideração 75% do valor do negócio combinado e 25% da Petz isoladamente. Nesse balanço, o banco pontua riscos como os eventuais atrasos ou incapacidade da Petz de concluir a fusão nos termos anunciados.

Entre outros fatores que justificam a manutenção da recomendação neutra para o papel, os analistas apontam os desafios de execução e de integração nesse processo, além de fatores como a saída dos principais gestores e um cenário de menor demanda no setor.

Em contrapartida, o relatório destaca um risco antitruste limitado para a combinação dos ativos, apesar de a transação criar um player com 14,6% de participação de mercado, cinco vezes maior que a fatia detida pelo rival mais próximo, a Petlove, dona de um market share de 2,9% no segmento.

“No nosso exercício, nós fechamos/saímos de 10% dos espaços, terceirizamos serviços e retemos 70% das vendas com as unidades restantes”, observam os analistas sobre as projeções feitas a partir da perspectiva de alguns desinvestimentos requeridos pelo Cade.

O banco vê muito potencial na melhora de indicadores como margem bruta e despesas, a partir da combinação das melhores práticas de cada operação, especialmente em linhas como custos logísticos, redução das estruturas administrativas e negociações com fornecedores. Mas faz algumas ressalvas:

“Os principais fornecedores provavelmente irão relutar em minar a arquitetura de preços do mercado. A expectativa, porém, é de que as marcas próprias e emergentes da operação criem boas oportunidades”, acrescentam os analistas.

Por volta das 11h30, as ações da Petz estavam sendo negociadas a R$ 4,45, o mesmo patamar registrado no fechamento do pregão anterior na B3. No ano, os papéis têm uma valorização de 12,6% e a empresa está avaliada em R$ 2 bilhões.



Fonte: Agência Brasil

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