A Temu (finalmente) chegou ao Brasil. E o Goldman Sachs destaca o que pode mudar no mercado

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O site da Temu no Brasil entrou em operação na noite de 5 de junho para clientes pré-cadastrados. O lançamento, embora restrito, encerra um longo período de expectativa pela chegada no País do e-commerce do grupo chinês Pinduoduo (PDD), que vende de roupas a utensílios domésticos a preços ultrabaixos. Agora, a projeção é sua velocidade de crescimento.

De acordo com relatório dos analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, do Goldman Sachs, a Temu deve crescer de forma relativamente rápida no Brasil, mas o impacto imediato deve ser mais relevante para outros concorrentes, como Mercado Livre, Shopee e AliExpress, e também varejistas off-line tradicionais focados em mercadorias sem marca e de preço baixo.

“Considerando o elevado interesse de consumidores brasileiros em ofertas internacionais de baixo preço, acreditamos que a Temu poderia ser capaz de escalar sua base de usuários no Brasil em um curto período de tempo”, escreveram os analistas.

Os analistas do Goldman comparam a entrada da Temu no Brasil com a operação da empresa chinesa no México, quando se tornou a número um em termos de usuários ativos por mês (MAU, na sigla em inglês) apenas seis meses após o seu lançamento.

O cálculo atual no mercado mexicano é que a Temu continua sendo um dos principais aplicativos de comércio eletrônico, com cerca de 19 milhões de MAUs. O Mercado Livre, que é líder em termos de GMV, tem cerca de 15 milhões de MAUs e a Amazon México, perto de 5 milhões de usuários ativos por mês.

“Esperamos que a Temu cresça de forma relativamente rápida, com base na disposição do grupo PDD de investir em aquisição de clientes, à medida que entra em novos mercados”, completam os analistas do Goldman.

O início da operação da Temu coincide com a aprovação pelo Congresso Nacional de um imposto federal de importação de 20% para itens abaixo de US$ 50, para reduzir a disparidade fiscal com as empresas varejistas locais. A adoção ainda depende do aval da Câmara, após alterações do Senado, e da sanção presidencial.

Em maio, a Temu foi certificada pelo programa “Remessa Conforme”, que concede redução de imposto de importação de pacotes B2C abaixo de US$ 50, além de alfândega acelerada.

Segundo o Goldman, a Temu está conversando com empresas transportadoras no Brasil para garantir a entrega de suas mercadorias. Inicialmente, todos os pacotes estão sendo entregues pelos Correios, com frete grátis.

Enquanto resolve o seu problema de logística, a maioria dos produtos da Temu tinham prazo médio de entrega de 15 a 40 dias. A empresa oferece R$ 10 de crédito em caso de atraso.

Neste início, a empresa estabeleceu um pedido mínimo de R$ 65 (US$ 13) para cada compra, que inclui o ICMS estadual de 17%. Na amostra analisada pelo Goldman, a maioria dos produtos tem preços que variam entre R$ 20 a R$ 50 (US$ 4 a US$ 10).

Em junho do ano passado, o NeoFeed trouxe, com exclusividade, os primeiros passos da companhia fundada em Xangai, em 2015, considerada o pesadelo da Shein, para iniciar suas operações no País.

Listada na Nasdaq, a PDD tem valor de mercado de US$ 199,6 bilhões. A ação está em queda de 1,3% em 2024, mas acumula 97,5% de valorização em 12 meses, até 5 de junho.





Fonte: Agência Brasil

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