A era dos dividendos chegou às big techs. Depois da Meta, agora é a vez da Alphabet

A era dos dividendos chegou às big techs. Depois da Meta, agora é a vez da Alphabet


Há um pessimismo do mercado financeiro global sobre as big techs. Do JP Morgan ao Norges Bank Investment Management, o maior fundo soberano do mundo, as dúvidas sobre a continuidade dos bons resultados se acumulam. E após o fechamento do pregão americano na quinta-feira, 25 de abril, Microsoft e Alphabet surpreenderam com a divulgação de números acima das expectativas dos analistas.

Os dados que mais chamaram a atenção foram os da Alphabet, dona do Google. Após divulgar que sua receita aumentou mais de 15% no primeiro trimestre para US$ 80,5 bilhões – os analistas esperavam algo em torno de US$ 79 bilhões -, a companhia também informou que, pela primeira vez em sua história, vai pagar dividendos.

O dividendo aos acionistas será de US$ 0,20 por ação, totalizando US$ 2,5 bilhões. A empresa informou que esse pagamento deve se transformar em uma constante nos próximos trimestres. Até agora, os investidores da companhia só tinham retorno quando vendiam suas ações – no ano o papel acumula alta de 12%. A empresa revelou um plano de recompra de ações de US$ 70 bilhões

Ao distribuir dividendos, a Alphabet repete um movimento que já havia sido feito por outra big tech: a Meta. No começo deste ano, a companhia de Mark Zuckerberg anunciou que passaria a pagar dividendos aos detentores de ações. A primeira distribuição foi de US$ 0,50 por ação.

A notícia fez as ações da Alphabet dispararem. Na Nasdaq, os papéis da controladora do Google chegaram a subir mais de 11% na manhã de sexta-feira, 26. Por volta do meio-dia, as ações operam com alta próxima de 9,5%. O valor de mercado da empresa passou para US$ 2,14 trilhões.

Parte dos bons resultados do Google foi guiado pelo aumento na receita obtida com publicidade. Os ganhos do trimestre aumentaram 14% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita nesta frente foi de US$ 46,2 bilhões.

Outra frente com crescimento robusto no primeiro trimestre foi a de computação em nuvem. Guiado pelos investimentos em inteligência artificial, o aumento no faturamento foi de 28% no trimestre para US$ 9,6 bilhões.

Além dos investidores, quem sai bem nessa história é Sundar Pichai. O CEO da Alphabet chegou a ser criticado pela demora da companhia em lançar um serviço rival para competir contra a Microsoft, que aposta suas fichas na OpenAI.

Se por um lado a empresa está ganhando mais, por outro também pretende gastar mais. As despesas de capital da Alphabet aumentaram para US$ 12 bilhões neste trimestre, acima da previsão de analistas de que o número fechasse em torno de US$ 10 bilhões.

Segundo a empresa, esse será o montante gasto por trimestre neste ano. O valor, que poderia totalizar pelo menos US$ 48 bilhões, é quase 50% maior do que o registrado no acumulado de 2023.

O que os resultados mais recentes mostraram é que a companhia não vai ter problema para pagar essa conta. O lucro líquido da operação aumentou 57,2% e ficou em US$ 23,6 bilhões. A cifra ficou bem acima das expectativas dos analistas. A previsão era de lucro próximo de US$ 18,9 bilhões.



Fonte: Agência Brasil

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