Persevera, da Fami Capital, cresce nove vezes em seis meses (e quer dobrar de tamanho até o fim do ano)

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Contrariando o momento de baixa da indústria de fundos de investimentos, a Persevera Asset Management saltou de cerca de R$ 120 milhões sob gestão no fim do ano passado para R$ 1 bilhão. Esse crescimento de nove vezes em cerca de seis meses é um dos passos traçados pelos sócios. Até o fim do ano o plano é dobrar de tamanho.

“O mercado de gestão mudou de uma estrutura baseada em banco para uma muito fragmentada, com o surgimento de várias assets independentes, como nós, mas muito dependentes de plataformas de distribuição”, afirma Guilherme Abbud, sócio-fundador e CEO da Persevera, entrevista ao NeoFeed. “Sentimos a dificuldade de navegar sozinhos nos momentos difíceis do mercado.”

No fim do ano passado, a gestora, fundada em 2018 por ex-executivos do HSBC, foi adquirida pelo grupo Fami Capital, que detém cerca de R$ 74 bilhões em ativos sob custódia e gestão, que ficou com o controle da Asset deixando o restante com os sócios fundadores. A decisão de se juntar a maior assessoria do País veio do entendimento de que a vida completamente independente seria dura e com possibilidades limitadas.

A Fami, que é resultado da fusão das assessorias Faros e Messem, se tornou uma máquina de captação e distribuição. Por mês, a assessoria tem captado cerca de R$ 2 bilhões, o que de fato muda o jogo de acesso aos clientes.

Mas, para conquistá-los, a Persevera não teve vida fácil. Foi preciso se destacar dentro da grade aberta e completa da assessoria. E isso foi possível percebendo a demanda dos clientes e apostando em fundos de renda fixa mais conservadores.

A estratégia de maior captação é do Persevera Trinity, um fundo DI com resgate diário que se propõe a dar um retorno um pouco acima do CDI (cerca de 102% do certificado de depósito bancário) sem risco de crédito.

“Percebemos que na plataforma da XP havia muitos fundos D+1 e com uma pitada de crédito. Mas o cliente queria algo líquido ao mesmo tempo que mais interessante que fundos de banco que entregam menos que o CDI”, diz Fernando Fontoura, sócio-fundador e gestor da Persevera.

Outras duas estratégias que trouxeram grande captação foram um fundo de crédito high grade (baixo risco), que se propõe a entregar CDI+1,5%, e um fundo de renda fixa ativa, sem risco de crédito, apenas de durations de títulos públicos.

Persevera Asset sócios
Fernando Fontoura e Guilherme Abbud, sócios da Persevera

Mas a ideia da casa não é abandonar as demais estratégias, como multimercado, ações e retorno absoluto. A ideia é justamente aumentar a grade. Recentemente, a gestora inaugurou uma área de produtos estruturados, para fundos imobiliários e FIDCs. E quer lançar ainda um fundo de crédito de previdência e um fundo e crédito mais arriscado.

A expectativa é deixar outras estratégias prontas para ganhar tração assim que a maré de baixa do mercado virar. Com isso, a Persevera acredita ser possível ganhar uma fatia do mercado que estava com gestoras maiores.

“Nossa intenção, desde a fundação, era ser uma casa multiproduto. Mas havia desafios, porque em um momento os alocadores estavam procurando gestoras especializadas, e depois porque é preciso um grande investimento para ter áreas distintas”, afirma Abbud. “Mas agora nós temos robustez para isso. Apesar de que, neste momento, o investidor só está buscando a renda fixa.”

Também cresce de forma estratégica na gestora uma área de fundos exclusivos e de carteiras administradas, que é uma grande demanda da parceira Fami, que detém uma grande carteira em gestão de fortunas. Mas a gestora não quer depender apenas da parceira para crescer.

Os fundos já são distribuídos nas principais plataformas de investimento e o objetivo é ir ganhando o mercado e ser não apenas um serviço de qualidade dentro do grupo, mas uma empresa que gera lucro para os acionistas. Para isso, será preciso “brigar” com os grandes em breve.

“Acreditamos que ao fim de 2025 podemos chegar a R$ 5 bilhões sob gestão, com a área de fundos exclusivos e produtos estruturados ganhando tração. E certamente queremos manter o ritmo para sermos reconhecidos como uma grande casa multiproduto no Brasil”, afirma Abbud.





Fonte: Agência Brasil

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