Em 2017, dirigentes e educadores da Escola Municipal Agrícola Geraldo Leão Lopes, situada no distrito de Maravilha, a 97 km de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, participaram de uma capacitação do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE). A iniciativa foi viabilizada por meio da parceria entre o Sebrae Minas e a Prefeitura e, a partir de então, os educadores se tornaram multiplicadores dos conhecimentos adquiridos, promovendo ações práticas em sala de aula e na comunidade.
Após a conclusão das aulas e oficinas, em 2018, a escola de Maravilha tinha como meta apresentar um projeto na Feira de Empreendedorismo, em Teófilo Otoni, tendo como público autoridades e empresários locais. A ideia inicial era expor uma banca de verduras, até que os futuros empreendedores resolveram inovar, explorando o potencial turístico do distrito. “Vivemos em uma região muito linda, tanto do ponto de vista ecológico quanto cultural. Daí, surgiu a ideia de criar um projeto dirigido ao desenvolvimento do turismo local”, relembra a diretora da escola, Valdinéia Verli.
Os professores organizaram expedições, por meio das quais os alunos mapearam os possíveis pontos turísticos em vídeos e fotos e criaram um roteiro. Porém, eles se depararam com um problema: Maravilha não contava, à época, com estrutura urbana e serviços públicos para viabilizar a proposta. Faltava iluminação pública, água potável e encanada nas casas e sistema de tratamento de esgoto, além de calçamento e sinal de telefonia e internet. Por isso, inicialmente, o objetivo do projeto foi chamar a atenção do poder público, ideia levada à Feira de Empreendedorismo.
Alguns dias depois da mostra, representantes da administração municipal visitaram a comunidade e a escola para avaliar o potencial de desenvolvimento do povoado. E, entre 2018 e 2023, Maravilha passou a receber os investimentos necessários à implementação de toda a estrutura básica. Os impactos foram surpreendentes: o povoado, cujas 200 famílias não dispunham de serviços básicos, vivenciou uma grande transformação e o caso se tornou um exemplo de sucesso da educação empreendedora.
Para além do ganho coletivo, o PNEE trouxe uma perspectiva de desenvolvimento individual, ao despertar nos alunos um sentimento de pertencimento e de valorização dos recursos naturais de Maravilha, fazendo com que a produção agrícola se tornasse, de fato, um negócio. Além disso, outro resultado é o aumento da contratação de mão de obra local pela própria escola. Em 2017, apenas quatro funcionários eram moradores da comunidade. No início de 2024, 89 são de Maravilha – 14 deles, ex-alunos.
Não demorou para que os alunos também se tornassem multiplicadores, levando para seus lares a ideia de empreendedorismo. Assim, outras formas de geração de renda foram colocadas em prática, como a comercialização de produtos artesanais e gastronômicos. Um exemplo foi a realização da Feira de Agricultura Familiar e Solidária, e a realização do primeiro Festival Gastronômico de Maravilha, com a apresentação de comidas típicas locais.
“O Sebrae entende que a Educação Empreendedora é um dos mecanismos de transformação mais importantes da cultura de um país. Ela ajuda a estimular competências cruciais para o desenvolvimento dos estudantes, fazendo com que se tornem protagonistas da própria vida e gerem impactos na realidade em que estão inseridos”, destaca a gerente da unidade de Educação Empreendedora do Sebrae Minas, Fabiana Pinho.
Confira o vídeo com o case de sucesso de Maravilha, clicando aqui.
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Programa Nacional de Educação Empreendedora
O case de Maravilha, no Vale do Mucuri, é resultado das ações do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE) que, em 2023, completou 10 anos. Em uma década, mais de 188 mil professores e 2,9 milhões de estudantes foram impactados pela metodologia, em Minas Gerais.
O PNEE é iniciativa do Sebrae que visa fortalecer a cultura empreendedora entre educadores e estudantes das redes pública e privada. O programa é implantado por meio de parcerias com as instituições de ensino e as secretarias de educação. Os professores recebem capacitações para levarem conteúdos de empreendedorismo para os diferentes níveis de educação, da básica à superior, disseminando a metodologia nas salas de aula.
Minas Gerais se destaca pela sua forte atuação com o programa, com mais de 640 mil alunos atendidos e 58 mil professores capacitados, apenas em 2023. Na região do Jequitinhonha e Mucuri, por sua vez, foram 5,3 mil professores e 44,2 mil estudantes impactados pelo programa.
Atualmente, a educação empreendedora é um dos três pilares do Sebrae Minas, juntamente com o suporte empresarial e o desenvolvimento econômico. Juntos, os três negócios visam cumprir o propósito da instituição, de “impulsionar o empreendedorismo para transformar vidas”.
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