Entre emergentes, bolsa brasileira segue a mais atrativa (mas isso tem prazo para acabar)

Entre emergentes, bolsa brasileira segue a mais atrativa (mas isso tem prazo para acabar)


Mesmo com toda a turbulência causada pela situação fiscal, interferências governamentais em algumas estatais e a incerteza quanto à trajetória dos juros nos Estados Unidos, resultando numa queda acumulada de 9% do Ibovespa no ano, a bolsa brasileira permanece atrativa, quando comparada com seus pares emergentes.

Pelo menos essa é a conclusão do Itaú BBA, quando se olha para o retorno sobre patrimônio (ROE) das ações do País e de outros mercados, além de outros indicadores.

“O Brasil continua a ter um dos melhores ROEs entre os mercados emergentes, considerando tanto a média de cinco anos e a média das estimativas, implicando 18,4% em 2024, ligeiramente acima da sua média de 5 anos de 18,2%”, diz trecho de análise assinada por Daniel Gewehr, Matheus Marques e Victor Cunha.

O ROE do mercado brasileiro está acima da média calculada para os mercados emergentes em geral, de 12,5%, e dos 17,2% registrados pela América Latina, de acordo com o estudo do Itaú BBA.

Os analistas apontam ainda que o Brasil também se destaca quando se compara o ROE em relação ao valuation, medido pelo múltiplo P/B, sendo negociado a 1,4x, enquanto os mercados emergentes estão em patamares caros, com ROE mais baixo para 2024.

O Brasil também vem se destacando frente aos emergentes quando se olha para a margem líquida média (13,5% contra 10,6%), no chamado asset turnover, índice que mede a eficiência dos ativos de uma empresa na geração de receitas (0,29 vez ante 0,22 vez) e com um menor equity multiplier, indicador de risco que mede a parcela dos ativos financiados por dívida se comparado ao financiado pelo patrimônio líquido (4,6 vezes contra 5,2 vezes).

Olhando para os ROE por segmento, os analistas do Itaú BBA constataram que o País apresenta bons números relativos em quatro de dez áreas – energia, finanças, setor de materiais básicos e indústria.

Por outro lado, nomes ligados ao consumo discricionário, itens de primeira necessidade, saúde, comunicações e tecnologia têm registrado ROEs abaixo da média das emergentes.

Mas o primeiro lugar do Brasil no ranking do ROE está começando a ser ameaçado. Segundo os analistas do Itaú BBA, o México deve assumir o primeiro lugar do ranking em 2025, apresentando um ROE de 16,2%, enquanto o País deve registrar um ROE igual, de 16,2%.

A ultrapassagem vem num momento em que a economia mexicana demonstra robustez (fintechs como Nubank e Mercado Pago têm o país como prioridade), pegando de carona o crescimento dos Estados Unidos, impulsionados pelos diversos pacotes fiscais do governo do presidente Joe Biden, além do processo de nearshoring motivado pela pandemia e os riscos geopolíticos na região Ásia-Pacífico.

Os analistas do Itaú BBA destacam ainda que a Índia, cuja economia também registra bons números, também vem se aproximando do Brasil, com a previsão de registrar um ROE de 15,7%.



Fonte: Agência Brasil

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