Citi rebaixa a Yduqs e corta preço-alvo

Citi rebaixa a Yduqs e corta preço-alvo


Depois de pouco mais de um ano otimista em relação à Yduqs, o Citi passou a ter uma visão menos construtiva em relação à holding de educação dona das faculdades Estácio e Ibmec, mesmo com as ações acumulando queda de cerca de 41,3% no ano.

Vendo uma tendência de desaceleração da receita, junto com o aumento da inadimplência e das despesas com marketing e fluxo de caixa mais fraco, o analista Leandro Bastos rebaixou a recomendação para as ações de compra para neutro. Ele também cortou o preço-alvo dos papéis, de R$ 20 para R$ 14.

“Estamos atualizando nosso modelo para Yduqs para incorporar os resultados do primeiro trimestre e as novas estimativas para os negócios e o ambiente macroeconômico”, diz um trecho do relatório. “Estamos aparando nossas estimativas para a última linha do balanço de 2024 e 2025 em 16%.”

O analista do Citi passou a projetar que a Yduqs fechará este ano com um lucro ajustado de R$ 430 milhões, abaixo dos R$ 509 milhões estimados anteriormente. A expectativa para 2025 recuou de R$ 636 milhões para R$ 537 milhões.

Em 2023, a empresa registrou um lucro ajustado de R$ 319 milhões, enquanto no primeiro trimestre teve um ganho ajustado de R$ 173,4 milhões, aumento de 11,2%.

O analista do Citi já espera uma desaceleração no crescimento da receita no segundo trimestre, prejudicada pelas vendas mais fracas de cursos presenciais e digitais, com o primeiro recuando 2% em base anual e o segundo subindo 2%.

Segundo ele, essas duas frentes devem mais do que ofuscar o desempenho da receita dos negócios premium, prevista para crescer 18% em relação ao mesmo período de 2023.

A perspectiva de crescimento da inadimplência, em um momento em que existem dúvidas sobre se a Selic fechará o ano abaixo dos dois dígitos (o Relatório Focus aponta para 10% no fim de 2024), mais o aumento das despesas com marketing, pesarão sobre as margens da companhia.

O analista reduziu a projeção para o Ebitda ajustado deste ano em 2,3%, para R$ 1,82 bilhão, com a margem caindo de 33,4% para 33%. A estimativa para 2025 recuou 2,7%, para R$ 1,94 bilhão, com a margem Ebitda ajustada também recuando de 33,4% para 33%.

Este cenário, combinado com o pagamento de bônus relativo a 2023, prejudica as perspectivas de fluxo de caixa em 2024. Segundo o analista do Citi, a rentabilidade do fluxo de caixa deve ser de cerca de 4% neste ano, abaixo da média do setor, de 7%.

Mesmo vendo poucos catalisadores de curto prazo para as ações da Yduqs, o analista do Citi destaca que M&As podem representar um “risco positivo” para a tese de investimento, citando o caso da aquisição da Faculdade Newton Paiva, ainda que os efeitos para os resultados ainda estão para serem vistos.

A Yduqs anunciou na terça-feira, 28 de maio, a aquisição da instituição mineira de ensino superior por R$ 49 milhões. Por volta das 12h, as ações da Yduqs caíam 3,44%.. O valor de mercado da companhia soma R$ 3,9 bilhões.



Fonte: Agência Brasil

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